domingo, 25 de novembro de 2012

Sentimento de Vazio



Sentimento de Vazio

Ás vezes sinto uma saudade tremenda de quando era criança. Tudo parecia divertido e sempre que queria algo, de tê-lo nunca perdia a esperança. O que era impossível conquistar naquele momento eu dizia a mim mesmo que o teria quando pudesse trabalhar. Mas eu cresci e vi que as coisas não são tão fáceis assim. Infelizmente tudo é mais caro e ardoroso do que imaginava aquela inocência dentro de mim.

Nem tudo realmente tem preço e a falta de algumas coisas mexe diretamente com os nossos sonhos. Em certos momentos sentimos a voz se sufocar. Não sabemos ao certo o que está acontecendo. O peito aperta e tudo parece diferente. O mundo parece diferente. Nasce um sentimento pesado que dá-nos a ideia de que algo está faltando. Nós o chamamos de Vazio.

Existe o vazio de quem se vê distante de seu objetivo, e o vazio de quem não sabe qual caminho seguir. Existe o vazio passageiro e o vazio rotineiro. Existe o vazio que faz chorar e o vazio que somente nos incapacita sorrir. Existe o vazio de quem perdeu algo ou alguém que ao seu lado tinha, e o vazio de quem abandonou quem amava e teve que partir.

O vazio é um sentimento perigoso que toca no profundo desejo de viver. Faz-nos sentir-nos como marinheiros em mar tempestuoso, abandonados a própria sorte, sem esperar que alguém venha nos socorrer.

O vazio é um grito agonizante da alma para que paremos um segundo para nos conhecer. Saber exatamente o que importa, os nossos valores, os nossos amores e assim amadurecer.

O vazio é a chance de acordar para a realidade, abandonar velhos sonhos e desejos que, antes grandes, hoje são pequeninos demais para nos preencher. É o que limita nossa infantilidade, e nos obriga amargamente a mudar de vida e crescer.

O vazio é a frustração por não encontrar na vida, no nosso atual caminho, o que consegue de fato nos fazer sorrir. Mas tudo bem, nada melhor que o nascer de um novo dia, para percorrermos outro percurso, até encontrarmos o melhor caminho a seguir.

O vazio mesmo quando constante se atenua com um abraço amigo. Mas não nos enganemos com momentos breves e alguns risos. A vida não é um parque de diversão como muitos pensam. E é exatamente por querer só brincar, ou outros por demais se limitar, que o vazio os atormenta.

Os golpes pesados da vida não devem nunca nos deixar desistir, pois não há nada melhor do que se superar e ver o quanto batalhamos para chegarmos até aqui. Não deixe que lágrimas que escorreram levem seu rosto ao chão, mas faça-as valerem apena e com esperança se entregue a uma nova emoção.

Nada há de mais belo que um sorriso, e que este possa ser seu então. Ninguém e nem nada no mundo tornará completo o seu coração.

Saiba viver. Confie em si mesmo. E se nenhum passo a sua frente puder ver, que seus os primeiros possam ser. A paz está em você, apenas não a tire de onde está para ocupar o seu lugar com algo banal, impossível ou temporário, mas somente com aquilo que faça valer apena viver.  

César Fonseca

sábado, 27 de outubro de 2012

Quando tudo acaba... mas o amor não vai na mala



Quando tudo acaba... mas o amor não vai na mala

Tudo o que faz parte da nossa vida acaba fazendo parte de nós também. E é isso o que acontece quando estamos em um relacionamento. Nós nos apegamos a pequenas coisas como fazer ou receber ligações durante a noite, simplesmente para confessar: “Te amo! Queria muito que estivesse aqui agora”. Ou, acordamos pela noite e ficamos vendo-a dormir, pensando no quanto somos sortudos por estar ao seu lado. A vida passa, e nem sempre temos escolha sobre como será o amanhã. Infelizmente, quando mais dependemos dessa pessoa, tudo acaba.

A casa parece enorme. Não conseguimos dormir a noite. Ela não está aqui. Dormir parece não ter sentido. Olhamos o celular para conferir se temos alguma mensagem ou ligação perdida, mas no fundo nós sabemos que ela não vai mandar mensagem alguma, tão pouco ligar. Que vazio gigantesco no peito. Chega a doer fisicamente. Antes a falta de um braço ou uma perna a perder o conteúdo mais precioso do nosso coração: a pessoa amada.

Os dias demoram a passar. Nossos Hobbies já não têm graça. Nossos erros e teimosias nos fazem sentir a consciência pesar: “foi por causa dessas besteiras que a perdi?”. Ah, se arrependimento matasse...  o pior é que não mata.

A nossa emoção nos domina quase que por completo. Amigos e parentes tentam nos ajudar. É impossível não ver a nossa dor. Para quem ainda não sabe o que aconteceu poucas palavras bastam para compreenderem a razão de tal sofrimento.

O pouco da razão que temos nos diz que precisamos continuar o nosso caminho. Essa pessoa não é o motivo da nossa vida, não morreremos sem ela, mas sabemos como tudo seria melhor se ela estivesse aqui. Por dentro estamos mortos, e um corpo vazio é o que se vê em nosso semblante. Nossos planos, sonhos, idealizações e realizações tinham o nome dela no projeto ou resultado. Nossa inspiração para fazer tudo acontecer.

O tempo que era dela nós usamos agora para recalcular as coordenadas do nosso destino. É preciso viver. É preciso saber que o ter é um dom divino e a perda uma tragédia natural e inevitável.

Durante muito tempo nos pegamos chorando, como um dependente químico que sente falta daquele prazer, daquele sonho, da nossa fuga da realidade. Entretanto, chega o momento de nossa reabilitação, e nada como um banho de realidade para começar: “sim, realmente foi muito bom enquanto durou, mas agora acabou, e a vida continua”.

Não queremos e nem precisamos esquecer os momentos bons. Fazem parte da nossa história. Ainda fazem parte de quem somos. Todavia, o passado não deve ser o presente para que não percamos a chance de um futuro melhor. Ainda existem pessoas que precisam de nós e querem nos ver bem, e por elas que vale apena travar esta difícil batalha.

O tempo passa e percebemos que a vida tem muito mais a nos oferecer do que imaginávamos. Novos amigos, novos momentos inesquecíveis. É quando o passado fica onde deve estar e nos permitimos ser feliz. Conheceremos outras pessoas, por quem iremos nos encantar novamente - desde que não coloquemos obstáculos, é claro.

Teremos em nossa vida a marca da experiência e saberemos como fazer o novo amor valer apena e prosperar. Não cometeremos os mesmos erros. A felicidade voltara para casa, e chegaremos a acreditar que as nossas lágrimas, os nossos erros, o nosso passado, serviram para nos preparar para quem realmente merece o nosso amor.

Em algum tempo, estaremos rindo, lembrando-nos do quanto ficamos desesperados e perdidos. Entenderemos, finalmente, que o destino prega peças para amadurecermos e darmos valor a vida e por isso que quando tudo acaba, e ela vai embora, nunca levará consigo o nosso amor em sua mala, pois é ele quem nos ensinará a viver e sermos felizes, quiçá para todo sempre.

César Fonseca

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quando não somos aquilo que o outro procura



Quando não somos aquilo que o outro procura

Encontrar alguém especial, que faça reluzir em nós aquele brilho do encanto, não é fácil. Como se isso não bastasse, ainda estamos sujeitos a outra dificuldade: quando não somos aquilo que o outro procura.

Sinceramente, não há nada pior do que encontrar alguém que nos desperte os mais fortes sentimentos, domine a nossa razão, prenda o nosso olhar e roube nossa admiração, sem deixar a mínima esperança de reciprocidade. Digo com toda a certeza: dói mil vezes mais do que não encontrá-la.

As nossas convicções se tornam apenas um cenário colorido de uma peça de teatro, que possui momentos deslumbrantes, mas que por fim terá sempre o mesmo desfecho: as cortinas se fecham, a platéia vai embora, as luzes se apagam, e cá estamos no escuro, esperando a peça novamente começar.

Será em muitas vezes como uma amizade, daquelas que nunca terá fim. Amigos para sempre. Para todos os momentos. Principalmente para se falar de relacionamento. Casos, namoricos, paixões. E nós ouvimos a tudo atentamente. Sorrimos e procuramos aconselhar. Afinal, somos amigos, o que mais poderíamos fazer? O problema é que em nosso interior, sentimos fortes tempestades de sentimentos clamando para chover boca afora.

Entretanto, é tão bom tê-la por perto. Não podemos correr o risco de perder os momentos de convívio. Os abraços. O carinho gostoso no cabelo. Ou, aquela conversa por MSN que às vezes consome nosso dia inteiro e nem percebemos. E a explicação de tudo isso? Claro, tinha que sobrar, como sempre, para o tal do amor.

É ele que nos permite fazer loucuras por alguém que talvez nunca verá nosso esforço. Nunca reconhecerá nosso zelo para vê-lo bem. Porém, não deixamos de fazê-lo.

Em tempos, a dor aperta um pouco e sumimos por alguns dias. Inventamos uma desculpa qualquer. No fundo, estávamos recarregando as energias para o coração aguentar firme e forte esse sentimento que se espalha por todo o nosso ser e viver.

Queríamos conquistar, por um momento que seja, a atenção, o carinho e admiração dessa pessoa querida. Mas é como se fossemos pessoas neutras, incapazes de algo mais, de uma participação maior na vida desta.

Ficamos à espreita de uma oportunidade para se declarar, e quando essa aparece, com muito jeito perguntamos:

“E... eu? Você... não se vê comigo?”

Quase que sem levar a sério, e esperando que façamos o mesmo, a pessoa responde:

“Mas oras, claro que não, afinal de contas somos amigos.”

Desconcertados, e para não perder a prosa, dizemos algo para despistar:

“Ainda bem que não me apaixonei por alguém como você, imagina que tristeza ouvir isso”

Aproveitando a oportunidade, melhor não deixar dúvidas:

“Realmente, nada pior do que se apaixonar por alguém quando não somos aquilo que ela procura.”

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Amor em noite de inverno



Amor em noite de inverno

Sinto a temperatura amena do contraste entre o calor de tua presença e o frescor do inverno.

Um belo dia em que mergulhamos em risos e momentos de felicidade, enquanto o sol nos aplaudia distante na plateia, trouxe-nos a esse quarto como duas pobres vítimas de uma feroz alcateia de sentimentos. Nossos olhares dispensavam palavras a serem ditas. Nossas mãos unidas demonstravam a tranquilidade que nos unia e o nervosismo da presunção do que poderia se suceder. Teus lábios me recitavam poesias, cantavam-me cantigas, enquanto tocavam aos meus. Teus gemidos de prazer rompiam o silêncio mesmo sem o teu consentimento. Entendiam que para mim tua sinceridade faria soar campainhas alertando meu corpo a corresponder. Eu te sentia presa a mim como se fortes correntes nos entrelaçassem.

Ao se aproximar ainda mais, senti seu corpo unir-se ao meu, e confesso que minha consciência desapareceu, quando senti nossos corações no mesmo ritmo bater. Era como se um único coração habitasse nossos corpos.

Nossos movimentos, agora já intensos, pareciam seguir um roteiro pré-determinado, de toques e passos, que teriam o mesmo destino. Como um menino, vi-me maravilhado, seguindo a cada instante o acaso, desejando-o sem titubear, apaixonado pelo perigo.

Tua beleza me encantava, mas eu já não te via, a noite já caíra e só sua alma eu podia ver. No entanto, era tudo o que eu queria. Por todo o mundo eu te procurei, e a Deus agradeço porque te encontrei. Não se tratava de cabelos loiros ou morenos, olhos claros ou olhos negros, muito menos seu tom de pele, pois era seu amor e carinho que sempre pedia em minhas preces.

Entretanto, quando as nuvens abriram fresta e um clarão entrou pela janela, deslumbrei-me com o que ela veio me presentear: eram aqueles olhos apaixonados que fixamente me olhavam, enquanto tuas mãos a meu rosto acariciavam, domando-me qual selvagem fera, envolto por sua meiga serenidade, seu charmoso carinho, esse seu lindo jeitinho de me dar seu amor.

Inevitável beijo, molhado aos lábios, empírico ao coração. Forte e gélido arrepio, emocionante adrenalina da pacífica e devastadora paixão.

Abri os olhos sem poder evitar um sorriso, não fora um sonho, ao meu lado eu ainda te via dormindo, e te olhando relembrei cada instante. Fora uma noite longa, e enquanto te vi descansar, pude perceber o verdadeiro sentido de amar, e o quanto este será eterno desde que um ao outro sempre saiba valorizar.


César Fonseca

sábado, 1 de setembro de 2012

O Amor e a Decepção




O Amor e a Decepção

Navegando em redes sociais; no fim de relacionamentos amorosos, duradouros ou não; no fim de amizades; no rompimento de contratos; enfim, em vários momentos da vida, encontramos uma declaração de quem sofreu com um rompimento na relação com alguém: estou decepcionado.

A decepção é um dos traumas mais fortes ao ser humano, porque vai de encontro com as convicções que um indivíduo tem. A decepção provoca um sentimento terrível de traição, de instabilidade, de insegurança. É como acreditar viver no paraíso e descobrir que na verdade esse lugar extraordinário está cercado por um labirinto assustador, sombrio e misterioso. A decepção nos dá o choque de quem se permitiu acreditar e viu-se diante de uma mentira.

Entretanto, podemos nos aprofundar no que realmente significa a decepção.

A palavra decepção tem origem no latim, e quer dizer engano, desilusão. Acredito que desilusão é o melhor significado, e encontramos nele muitas variáveis com relação ao que permite que ela ocorra.

Desilusão é a quebra de uma ilusão, que consiste na criação de um cenário, objeto, ambiente, situação ou crença que estão fora da realidade, mas em que o iludido acredita cegamente. E aqui encontramos um erro comum em diversas pessoas e relacionamentos: a pessoa se permite acreditar numa ilusão criada por ela mesma, extingue a ideia de que o outro pode errar, e por tal erro desumano, acaba sendo castigado pelos próprios sentimentos de traição.

Desumano em dois sentidos: do iludido e do objeto de sua ilusão. A pessoa é injusta consigo mesma, criando uma expectativa suicida, improvável e sem critérios, de que o outro é um ser perfeito, praticamente um deus, pondo-se assim numa ocasião de risco, que poderá lhe trazer dor. E ela é ainda mais injusta com a outra pessoa, pois exige dela algo que não exige de si mesma: a perfeição. Exige que ela seja exatamente alguém que está em sua mente, e não quem realmente é. Exige que ela adivinhe seus desejos, seus sonhos, suas vontades.

Quando a pessoa objeto de ilusão comete um erro, a pessoa iludida acaba se decepcionando e estranhando aquele erro. Afinal de contas, não existe sonho com defeitos. Quem pretende comprar um carro, não imagina o seu carro com arranhões, furos no pneu, bateria descarregada, ou quaisquer problemas que um carro possa ter. Muito pelo contrário, imagina o seu carro com tudo aquilo que seja possível ter, e tudo funcionando perfeitamente.

Quem se ilude não dá espaços para erros. Não dá espaço para imperfeições. Não dá espaço para si mesmo ser feliz.

O problema é: como não se iludir? Como saber quando é amor ou quando é ilusão?

Infelizmente, a ilusão e o amor podem estar juntos. A diferença é que a ilusão quando acaba não tem volta. Já o amor, por mais que aconteça algo que gere uma decepção, sempre haverá espaço para o perdão, para se tentar novamente.

O problema disso tudo é que ninguém escolhe simplesmente se iludir, porque a ilusão está mais ligada ao sentimento e ao subconsciente do que a inteligência, lógica ou raciocínio.

A decepção tem seu território formado por tudo aquilo que há de melhor na vida. Nem sequer percebemos o erro que estamos cometendo, e tão pouco poderíamos imaginar que nossa confiança seria o buraco de uma angústia profunda.

Tenho plena certeza que quem já amou um dia sabe bem do que eu estou falando.

Eu estou falando daquele jeito de andar, sorrir, de movimentar as mãos, de bocejar, e até mesmo de espirrar que te encanta naquela pessoa que você vê entrando no mais íntimo sentimento, no mais complexo pensamento que tenha. Estou falando daquela pessoa que não precisou de muito para te convencer de que ela é diferente das demais. Daquela pessoa que até mesmo numa foto te deixa com cara de bobo. Um ser quase que angelical, que sabe dizer o que você precisa ouvir, e por sinal, que voz linda ela tem. O perfume difícil de esquecer, e fácil de ser notado, que quando percebido te faz dominar-se por um mix de ansiedade, nervosismo, medo, felicidade, paz e satisfação. Aquela pessoa que possui uma inteligência impressionante, que sabe falar de tudo e é madura, mas que não deixou de ser criança.

Enfim, estou falando daquela pessoa que nós acreditamos que será para nós tudo ou mais do que o que imaginamos, sonhamos, queremos.

O que eu quero deixar claro é que, a decepção, nem sempre possui motivo para existir. As pessoas são fracas, têm dificuldades, problemas, desilusões. Então, mesmo que alguém se esforce o máximo que possa, ela nunca será perfeita.

Talvez por isso demoramos tanto para encontrar alguém interessante como queremos: procuramos pessoas perfeitas. Procuramos pessoas que não existem. Queremos amar qualidade e não entendemos que o amor de verdade por alguém só existe quando amamos os seus defeitos. O amor sempre será incondicional. Não existe outra forma de amar. Não que seja sincero e verdadeiro.

O amor é admirar o esforço para se romper dificuldades no outro. É sentir o quanto ele sofre e entender porque às vezes comete erros. O amor é se preocupar mais com o outro do que consigo mesmo. O amor é chorar quando o outro sofre, é sorrir em ver o outro bem, é ser feliz pelo simples fato de estar ao seu lado.

O amor é o sentimento mais bonito que existe. Por isso, não podemos ter medo de nos decepcionarmos, apenas aprender à entender porque nos decepcionamos, e lembrar que aquela pessoa imperfeita, pode ser quem vai estar sempre do seu lado, aconteça o que acontecer.

Ninguém precisa de outra pessoa para viver, mas não existe sobreviver sem um amor de verdade. Quem ama de verdade não ama porque precisa, e sim porque sabe que aquele alguém será capaz de errar, mas que ao seu lado juntos se ajudarão a ser alguém melhor.


por César Fonseca

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pequena Estrela


Triste destino de minh'alma
Condenada a vagar pelo mundo
Buscando um amor para ver-se salva
Buscando um amor que seja puro

Doce amor a embelezar meu jardim 
Doce amor a perfumar meu coração 
Toda felicidade devolva para mim 
Dê-me o direito de viver uma paixão 

Sinto a falta de seu carinho 
Meu coração vazio aguarda sua presença 
Procuro-te nos céus desde menino 
Vem brilhar no meu céu, Pequena Estrela

À você guardo todo o meu amor 
Pois só em seu semblante encontro minha paz 
Peço que liberte-me dessa insuportável dor
Se não for para te ter, prefiro não viver mais.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Remissão



O homem, como animal que é, possui dentre os seus instintos o que eu gosto de chamar como o instinto da ciência.
Este instinto é figurado em desenhos e filmes como um anjo e um demônio, os quais diante de uma decisão argumentam em nosso subconsciente para que possamos decidir corretamente.
Podemos dizer, com outras palavras, que este instinto nada mais é que o bom senso. Ou seja, aquela pré-instrução do ser humano, a qual certos atos tornam-se óbvios e outros indiscutivelmente inviáveis, sem que alguém precise nos dizer.
A prova disso é que quanto mais inocência (não inocência no sentido de não conter culpa, mas inocência no sentido de livre de malícia/estado de boa fé) temos, menor será nossa capacidade de contra-argumentar ao instinto da ciência. Uma criança, por mais nova que seja, ao ser pega com a “mão na botija”, enrubesce. Algumas até mesmo chegam a chorar e ficar tristes por terem feito algo errado.
Quando mais velhos, nos acostumamos à cometer erros sem que nossa consciência acuse este erro. E aí que está o perigo. Corremos o risco de não percebê-los.
Todavia, haverá um momento que certos erros irão pesar em nossas vidas, e, nesse momento, a primeira palavra que deixamos sair de nossa boca é “desculpa”.
Desculpa é um pedido comum de um ofensor à um ofendido ou prejudicado para que lhe retire o peso da sua culpa. Lembrando que a culpa não é materialmente pesada ou mensurável. A culpa está ligada unicamente ao ato, sua gravidade; como também a pessoa ofendida, status social, proximidade entre ambos.
Assim sendo, podemos considerar que, se o perdão deve ser proporcional a ofensa cometida, quanto maior a culpa em sua gravidade, maior deverá ser a capacidade de perdoar da pessoa ofendida.
Como é bonita a remissão. Não é qualquer pessoa que possui esse belo potencial. É necessário mais do que uma palavra para que haja o perdão. Não é tão simples como dizer “Claro, está perdoado” , isso todos dizem, assim como muitos pedem remissão sem se julgar errados de fato.
A remissão é a capacidade de perdoar a um ofensor, considerando sua humanidade. Reconhecer que como ser imperfeito, o ofensor possui em si a margem de erro.
Isso não significa que o erro torna-se justificado, apenas significa que este pode ser considerado como compreensível.
Compreender é um árduo feito, pois, não é possível acontecer sem que se coloque no lugar do indivíduo a ser compreendido. Requer que abramos mão de nosso orgulho, de nossos incômodos, de nossos próprios julgamentos e preconceitos (ato de julgar antes de ter conhecimento, ou criar imagem de algo ou alguém pela aparência), nossas mais dolorosas misérias.
A dor de quem erra o leva a pedir o perdão. No entanto, a dor para remissão é tão maior, que torna o perdão uma beleza mal valorizada em nossos tempos.
Ouvir que está sendo perdoado à pouco se compara a sentir-se perdoado, cuja única fonte de transmissão é o sincero afeto de quem perdoa.
Não há como não admirar o perdão. Não tem como negar a nobreza, humanidade e sutileza da pessoa que consegue conceder a remissão.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Amor


Amor


Palavra pequena, mas que contém um significado amplo, belo, majestoso. Talvez uma das primeiras palavras que uma criança aprende, e quase sempre presente num último adeus.
Palavra que expressa o sentimento mais forte dentre os seres humanos.
Existem diversos tipos de amor: amor de mãe e amor de filho; tem o amor de tia e o amor de sobrinho; tem o amor virtual e até o amor escondido; tem o amor bem perto e o amor até que longinho; tem o amor verdadeiro e o amor egoísta; tem amor eterno e o amor de verão.
O amor tem em si o poder de transformar. Quanto mais amamos alguém, mais nos tornamos parte desta pessoa. Queremos ouvir a mesma música, mesmo que não seja de nosso gosto, só para senti-la, entende-la.  Aceitamos ir a lugares que nunca iríamos antes, só para lhe agradar. E ver a pessoa que amamos feliz, faz tudo isso valer apena.
O amor tem também a capacidade de nos fortalecer e enriquecer. O amor nos enche de inspiração. Faz-nos sentir sensações totalmente novas. Em alguns momentos nos sentimos como super-heróis. Sorrimos sem motivo, e nem ligamos se alguém está vendo e não vai entender. No trabalho o estresse desaparece, temos solução para tudo, como se as coisas simplesmente se ajeitassem sozinhas. Em casa, vemos a todos com outros olhos. O amor nos faz crescer como ser humano. Nos torna um amigo melhor, um filho que orgulha aos pais, o funcionário com brilho nos olhos, o rival a quem o oponente respeita e admira.
O amor nos faz quebrar as barreiras e obstáculos de nossa essência. Ele nos faz abrir mão de nosso conformismo, de nossos medos, de nossa fraqueza.
O amor nos ensina a sonhar, nos ensina a viver, nos ensina a sentir, nos ensina a sofrer, nos ensina a falar, nos ensina a ter paciência, nos ensina a compreender, nos ensina a crescer, nos ensina a perdoar, nos ensina a sermos quem deveríamos ser.
O melhor presente a se dar, porque sempre será o melhor a se receber. Tem gente que tem tudo, mas nunca terá nada se não tiver o amor. E é por isso que o amor não se compra, para que estejamos sempre juntos, pois, qual seria a razão da amizade, da família, de namorar, e até mesmo as folias, se não precisássemos dos outros para ter o amor?
Por isso eu te convido a amar. Ame a você mesmo em primeiro lugar. Ame sua vida, e o que nela você faz. Ame sua família. Ame seus amigos. Ame sua casa e cada uma de suas conquistas. Ame o dia e a noite, pois cada momento será inesquecível, se você deixar nele a marca do amor.